A medicina moderna chegou em um ponto de excesso de especialização, custo, dependência tecnológica e fragmentação do corpo humano. Muitos avanços são extremamente benéficos, porém, apesar deles, ainda nos deparamos com muitas limitações.
A medicina integrativa surge como um novo caminho (ou seria retomada de algo já existente?), que pode aliar diferentes modalidades terapêuticas, além de olhar o paciente (e no caso da pediatria, também a família) de forma ampla e integral.
Uma definição da medicina integrativa é a que pode ser encontrada no site do Centro de Medicina Integrativa da Universidade do Arizona, que seria:
“uma abordagem médica orientada para o restabelecimento da saúde, que leva em conta a pessoa como um todo (mente, corpo, espírito), incluindo os aspectos do estilo de vida. Ela enfatiza a relação médico-paciente e faz uso de todas as terapias adequadas para cada caso, sejam elas convencionais ou complementares, baseadas em evidências médicas de alta qualidade.”
A meu ver, integrar diferentes aspectos da vida da criança é mais que um avanço, uma condição fundamental para uma boa prática do cuidar.
Além disso, um enfoque integrativo dá ênfase à capacidade natural de cura, tão forte nos bebês e nas crianças, e também à prevenção. Visa ainda desenvolver a autonomia do paciente e o autocuidado, que deve iniciar desde a infância.
Gosto muito da roda da saúde proposta pelo Centro de Medicina Integrativa da Universidade de Duke, que, de forma ilustrativa, representa essa ideia. Foi adaptada pelo Andrew Weil Center de Medicina Integrativa da Universidade do Arizona para o contexto pediátrico e é baseada em 7 pilares do autocuidado: conexão mente-corpo, movimento e exercício, nutrição, sono, meio ambiente, relacionamentos interpessoais e espiritualidade.